Leandro Silva

Leandro Silva

terça-feira, 26 de julho de 2011

INTERIOR - População de Brejo Santo, no Ceará, não tem onde enterrar corpos

Atualmente o único cemitério da cidade está com as 26 sepulturas ocupadas. Moradores conseguem jazigos emprestados ou improvisam covas.


Moradores da cidade de Brejo Santo, a 502 km de Fortaleza, não têm onde enterrar familiares porque o único cemitério do município está cheio. A solução encontrada pela população é conseguir jazigos emprestados ou improvisar covas dentro do cemitério.

Os 26 jazigos do cemitério municipal estão vendidos. Um novo cemitério começou a ser construído na cidade, mas ainda não há previsão para que seja concluído. “Paguei à vista para receber (o jazigo) em 30 dias. Eles sempre dizem que mês que vem vai sair uma verba para ampliar o cemitério”, diz o agricultor Francisco Hélio de Souza.

Os moradores pagam entre R$ 900 e R$ 1.000 por jazigo. Em cada um deles há espaço para três corpos. O aposentado José Francisco da Silva também reclama da falta de lugar para enterrar mortos na cidade. “Tem que ser enterrado em um terreno nosso. Eu paguei não é?”

O coveiro que trabalha no cemitério de Brejo Santo há 24 anos, José Aparecido da Silva, confirma que o cemitério está lotado. Algumas famílias, de acordo com o coveiro, estão improvisando covas e enterrando corpos em espaços reservados para o traslado dos visitantes do cemitério. “A gente arruma uma vaguinha aí. Estão improvisando espaço para enterrar as pessoas”, diz José Aparecido.

A solução encontrada pela aposentada Cícera Maria de Araújo foi pedir emprestado o espaço à irmã para enterrar o marido. “Minha irmã tem um túmulo e eu falei com ela. No começo ela não queria. Mas cedeu pela irmã'', afirma.

Constrangimento
Outro problema enfrentado pelos moradores de Brejo Santo é quanto à remoção de restos mortais para ceder o túmulo a amigos. A lei exige uma autorização para trafegar com restos mortais, o que foi um constrangimento para o farmacêutico Herisson Macedo. Ele removeu o corpo de um familiar para enterrar a tia e enfrentou burocracia para enterrar o corpo em outro local. “Tem que haver um processo judicial para fazer a remoção e é mais um constrangimento”, reclama o farmacêutico.

Prefeitura
De acordo com o diretor do cemitério municipal, Francisco de Assis Alves, está prevista para agosto a ampliação do local. De acordo com o prefeito da cidade, Guilherme Landim, a ampliação do cemitério está em fase final de licitação. O prefeito reafirma que em agosto a reforma do cemitério deve ser concluída.

Com informação do G1 Ceará.

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