Leandro Silva

Leandro Silva

sábado, 23 de julho de 2011

“Não há como recuperar mais dinheiro do assalto ao BC”, diz delegado

Prestes a completar seis anos, o roubo do Banco Central de Fortaleza voltou aos noticiários com a estreia do filme “Assalto ao Banco Central”, megaprodução nacional dirigida por Marcos Paulo. Nos dias 6 e 7 de agosto de 2005 foram roubados do cofre do banco R$ 164,7 milhões, em notas de R$ 50, quantia que consagrou o assalto como o maior da história do país e o segundo maior roubo a banco do mundo.
O Ministério Público Federal denunciou mais de 120 suspeitos por envolvimento no crime, dos quais 36 teriam participação direta no assalto. Do total de denunciados, quase 50 foram condenados, 11 foram absolvidos e 65 aguardam julgamento. Restam dois foragidos, que vivem em vilarejos do sertão do Ceará tal qual o bando de Virgulino Lampião: fugindo da polícia, praticando crimes e intimidando a população local.
O UOL Notícias conversou por telefone com Antônio Celso dos Santos, delegado da Polícia Federal que, com uma equipe fixa de no máximo dez agentes, presidiu as investigações do crime e interrogou todos os envolvidos. Atualmente trabalhando como adido da PF no Paraguai, o delegado contou detalhes das investigações e fez críticas aos livros e ao filme sobre o assalto –que, segundo ele, estão longe de relatar os fatos com verossimilhança.
Segundo Santos, a PF conseguiu resgatar cerca de R$ 20 milhões em espécie –R$ 18 milhões em duas apreensões realizadas no ano do crime. Já o BC recuperou R$ 20,3 milhões com bens adquiridos com o dinheiro do assalto, cujos valores de mercado são muito inferiores aos que foram pagos pelos criminosos nas operações para lavar dinheiro. Para o delegado, “não há como recuperar mais dinheiro”, em razão do tempo que já se passou.
“O bem que foi subtraído é volátil. As notas não estavam em série. Os bens comprados pelos assaltantes foram adquiridos com valores muito acima do real, já que eles tinham urgência em se desfazer do dinheiro. Eles gastaram o dinheiro de tudo que é jeito, com fazendas, casas, carros, lanchas, postos de gasolina, com mulher, com farra, pagaram dívidas… Tudo que se possa imaginar. Os criminosos também perderam muito dinheiro com extorsões. Não há mais como recuperar o dinheiro do assalto”.
(UOL)

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